MADRI, 3 de jun de 2009 às 20:34
O Cardeal Arcebispo de Madrid, presidente da Conferência Episcopal Espanhola, Antonio María Rouco Varela, advertiu hoje ao Governo, em relação à futura lei do aborto, que "não se pode obrigar" um médico a realizar "uma ação médica abortiva" nem a um farmacêutico a repartir a pílula pós-coito.
Durante a clausura do curso Ética e futuro da democracia, organizado pela Universidade São Paulo CEU e a Fundação García Morente, o Cardeal declarou que no caso dos juízes que se negam a casar a um casal homossexual "a situação é diferente".
Em sua opinião, o caso dos médicos, ao igual ao dos farmacêuticos, "é muito claro". Além disso, afirmou que um político católico "não pode ser sujeito ativo na elaboração de uma lei" como a do aborto ou a do matrimônio homossexual.
Ante os comícios eleitorais do próximo domingo, Rouco apelou "à virtude da prudência" para escolher em qual partido votar. Em qualquer caso, e em uma mensagem dirigida aos católicos, acrescentou que "nenhum partido esgota o programa do Evangelho".
Para o Cardeal de Madrid, a sociedade contemporânea vive "uma crise moral" que afeta principalmente ao direito à vida e ao matrimônio. Contudo, apontou que com algumas legislações "a consciência humana fica questionada e inclusive destruída". Em concreto, em matéria de matrimônio, acrescentou que ao Estado não lhe compete a missão de "criador e configurador" da família. "Não é o dono nem o formador ad líbitum [à vontade]", adicionou.